Essa iniciativa representa um esforço sinérgico entre o setor acadêmico, por meio da Academia de Áreas Protegidas do Programa Patagônia Austral – Universidade Austral do Chile (UACh) e do Centro de Educação Continuada, e diferentes organizações da sociedade civil dedicadas à conservação marinha, agrupadas no Fórum para a Conservação do Mar Patagônico e Áreas de Influência.
Elas são a WWF Chile, a WCS Chile, a Fundación Vida Silvestre Argentina e a PEW, que desde 2015, no âmbito do Fórum, promovem a Escola de Gestão de Áreas Marinhas Protegidas (AMPs); uma instância de capacitação contínua por meio de diferentes iniciativas, que resultou, entre outras coisas, na formação de uma rede regional de aprendizagem.
Também está previsto que esse treinamento – que incluirá um módulo de aplicação prática de campo na cidade de Puerto Montt – estabelecerá as bases para o lançamento de um curso de diploma que está planejado para ser ministrado na UACh em 2024.
“Com este curso, procuramos abordar um aspecto crítico para fortalecer a gestão eficaz das AMPs no cenário patagônico, associado à meta de um 30% de proteção até 2030 e à gestão eficaz dessas áreas”, explica María Elisa Arroyo, coordenadora de Áreas Protegidas e Comunidades da WWF Chile.
César Guala, diretor do Programa Patagônia Austral da Universidade Austral do Chile, acrescenta: “Estamos felizes por fazer parte dessa iniciativa e esperamos que seja um curso enriquecedor que forneça as ferramentas para avançar em questões importantes como a gestão de AMPs”.
Governança e áreas marinhas protegidas
O curso promove uma abordagem para a gestão de AMPs que considera os direitos, as competências e as aspirações dos grupos sociais locais. Seu objetivo é promover um modelo de governança e política de gestão que permita uma resposta adequada à diversidade de interesses e jurisdições que convergem nas áreas marinhas protegidas.
As AMPs são áreas naturais destinadas a proteger o ambiente marinho, os ecossistemas, as comunidades, as espécies ou as características geológicas. Há diferentes categorias de AMPs, desde reservas ou parques estritos que não permitem a exploração de recursos até reservas de uso múltiplo, onde o plano de gestão define e ordena o desenvolvimento de vários usos.
Esses são ambientes altamente particulares e dinâmicos que inevitavelmente exigem o desenvolvimento de habilidades de gestão adequadas por parte da equipe responsável por seu manejo.
“Esta é uma oportunidade única. Como membro do NEMA – Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental, ONG que faz parte do Fórum e trabalha há mais de 30 anos na criação de áreas protegidas no Brasil, o treinamento em questões de governança de AMPs é uma oportunidade para continuar tentando proteger a biodiversidade e representar a sociedade da melhor forma possível nesses importantes espaços”, disse Carlos Eduardo Rocha, do Brasil, um dos profissionais que participaram do curso.
Erika Silva, profissional do Serviço Nacional de Pesca e Aquicultura do Chile, responsável pelos Parques e Reservas Marinhas do país, comentou: “A primeira coisa é estabelecer a governança da área protegida de forma participativa, para depois implementar os Planos Gerais de Administração das áreas”.
Silva, que já participou de outros cursos anteriormente ministrados pela Escola de Gestores, enfatiza que: “Esses treinamentos integram o aprendizado teórico e sua aplicação prática em casos de AMPs, além da troca de experiências entre alunos de diferentes instituições e países, como nos anos anteriores”.