SALMONICULTURA

Trabalhamos em ações de comunicação, participação cidadã e incidência para alertar sobre os impactos das atividades de salmonicultura em áreas de alto valor ecológico e grande fragilidade ecossistêmica, como as áreas marinhas protegidas. As ações promovidas são inspiradas nas lições aprendidas com a expansão da indústria no Chile.

Fundamentação

A rápida expansão da indústria de salmão na Patagônia tem gerado problemas ambientais significativos, colocando em dúvida sua sustentabilidade.

No Chile, essa atividade aumentou sua produção em cerca de 3.500% nas últimas três décadas, ocupando sequencialmente os fiordes da Patagônia chilena, começando pelo norte, na Região dos Lagos, avançando para a Região de Aysén e, finalmente, para a região de Magalhães.

No entanto, a evidência mostra que as más práticas da salmonicultura provocam efeitos prejudiciais, resultando em conflitos sociais entre diferentes usuários do mar, impactos negativos sobre a biodiversidade e a interrupção de importantes serviços ecossistêmicos (qualidade da água, qualidade do sedimento, outras espécies de importância comercial e recursos marinhos, entre outros). Os centros de cultivo também têm se localizado em zonas de alto valor ecológico e grande fragilidade ecológica.

Contexto

Em 2018, diante dos planos da indústria de expandir-se para o Canal Beagle, as organizações agrupadas no Fórum para a Conservação do Mar Patagônico e Áreas de Influência manifestaram sua rejeição categórica à instalação de centros de cultivo de salmônios – que inclui espécies introduzidas de salmões e trutas – devido aos danos catastróficos e irreversíveis que causaria aos valores ecológicos, econômicos, culturais e estéticos de um dos setores mais destacados do ecossistema marinho patagônico. O Fórum respondeu ao chamado da cidadania e, por meio de suas organizações, apresentou os argumentos técnicos e de conservação que sustentam a posição unânime: que a salmonicultura não seja permitida no Canal Beagle.

Em junho de 2021, foi aprovada na província de Terra do Fogo, Antártida e Ilhas do Atlântico Sul da Argentina, a lei que proíbe “o cultivo e a produção de salmônios em águas jurisdicionais da província”, com o objetivo de “garantir a proteção, preservação e resguardo dos recursos naturais, recursos genéticos e ecossistemas lacustres e marinhos”. Uma vitória cidadã, na qual o Fórum, por meio de suas organizações, desempenhou um papel fundamental: alertar sobre os perigos da salmonicultura. No entanto, ainda há muito a ser feito.

ESTRATÉGIA

Trabalhamos em ações de educação, divulgação e comunicação junto a pesquisadores científicos, atores comunitários e gremiais, governos locais e parlamentares, nas quais são apresentados os fundamentos técnicos e de conservação da posição das organizações do Fórum.

PUBLICAÇÕES

Antecedentes

Geramos um documento de posição sobre salmonicultura e áreas protegidas no Chile e apresentamos nossa posição em instâncias nacionais e internacionais no Chile (Encontro de Áreas Protegidas e Comunidades) e no Canadá (IMPAC 5), 2023.

Participamos de workshops, conversas e entrevistas, nas quais as organizações do Fórum puderam apresentar os argumentos técnicos e testemunhais sobre a necessidade de frear a expansão da indústria em Terra do Fogo.

Sistematizamos informações para produzir documentos com argumentos técnicos e de conservação que sustentam a oposição unânime de todas as organizações do Fórum à expansão da salmonicultura no Canal Beagle. Emitimos uma declaração regional “Canal Beagle sem salmoneras” em 2019 e um documento de posição “Sobre a possível operação de aquicultura de salmônios em Terra do Fogo” em 2018. Em 2013, o Canal Beagle já havia sido identificado como um dos Faróis do Mar Patagônico.

Por meio dessas publicações, colaboramos nas campanhas lideradas por diferentes setores da sociedade civil (organizações locais, nacionais e regionais, instituições científicas, chefs, operadores turísticos e povos indígenas). Os documentos foram até mencionados pelos legisladores argentinos durante a discussão da lei provincial N°1.355 de 10 de junho de 2021, que proíbe o cultivo e a produção de salmônios em águas jurisdicionais de Terra do Fogo.

NOVIDADES RELACIONADAS
FINANCIAMENTO

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