Poluição Plástica

Concentramos nossos esforços na geração de uma melhor compreensão do problema da poluição marinha por plástico proveniente de operações de pesca na biodiversidade do Mar Patagônico e em promover soluções integrais para preveni-la.

Fundamentação

Estima-se que entre 4,8 e 12,7 milhões de toneladas de plástico acabem nos oceanos todos os anos. Até 2050, de acordo com estimativas da Fundação Ellen MacArthur, os oceanos poderão conter mais plástico do que peixes.

A produção global de plástico aumentou de dois milhões de toneladas em 1950 para 348 milhões de toneladas em 2017, e espera-se que dobre até 2040, de acordo com estimativas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Por serem derivados do petróleo, os plásticos são compostos de moléculas de hidrocarbonetos que formam os polímeros, que permanecem na água, transformando-se, com o tempo, em microplásticos (partículas menores que 4 milímetros), que podem ser ingeridos por diversos organismos vivos (inclusive humanos).

Seus efeitos negativos em toda a cadeia alimentar são objeto de um número crescente de estudos em todo o mundo.

Além de moléculas e polímeros, os plásticos contêm aditivos em sua composição que têm efeitos sobre a saúde humana como “desreguladores endócrinos” (interferem no funcionamento dos hormônios), causando distúrbios hormonais e reprodutivos, e alguns são carcinogênicos.

Contexto

A quantidade de resíduos marinhos nas áreas costeiras, na superfície, na coluna d’água e no leito do Mar Patagônico está aumentando, em detrimento dos ecossistemas, da biodiversidade e da saúde humana.

Globalmente, as estimativas indicam que 20% dos plásticos nos oceanos são originários da pesca e de outras atividades marítimas. No caso da pesca, eles são provenientes de equipamentos de pesca abandonados, perdidos ou descartados e da gestão inadequada de resíduos nas embarcações.

A quantidade de resíduos plásticos gerados pelo setor de pesca comercial dobrou nos últimos 50 anos, passando de 340.000 para 640.000 toneladas por ano.

Os impactos mais frequentemente documentados da poluição plástica são a pesca com redes de emalhar e a ingestão de macroplásticos. Espécies de vertebrados marinhos, especialmente tartarugas, aves e mamíferos, ingerem resíduos plásticos, causando desnutrição, problemas musculares, doenças e aumento da mortalidade. Pássaros, leões marinhos, peixes, tartarugas e cetáceos ficam presos em resíduos plásticos, sofrendo ferimentos graves e mortalidade.

No caso do golfinho Franciscana, que habita a costa de Buenos Aires, foram encontrados exemplares mortos cuja autópsia determinou a ingestão de sacos, papel celofane, linhas de pesca (monofilamento) e fragmentos de cordas e redes.

Leões-marinhos de dois pelos – característicos da costa sul do Brasil e do norte da Argentina – também foram encontrados mortos devido ao emaranhamento em linhas de pesca ou sacos plásticos. As baleias francas e os elefantes marinhos ao longo da costa patagônica da Argentina também são afetados pelo emaranhamento e ingestão de linhas de pesca, sacos plásticos, redes e iscas de pesca de lula.

No caso das aves, o plástico afeta albatrozes, petréis, gaivotas e pinguins, tanto pela ingestão quanto pelo emaranhamento e envenenamento de seus filhotes ao usarem plástico para construir seus ninhos.

Além disso, os resíduos plásticos são uma ameaça mortal para as tartarugas marinhas e peixes, como os pejerreyes, corvinas e bivalves, e até mesmo para o próprio plâncton, por meio do estrangulamento e da ingestão de microplásticos.

Por todas essas razões, desde o início, o Fórum para a Conservação do Mar Patagônico e Áreas de Influência trabalha para evitar a poluição plástica causada pela pesca e para reduzir seu impacto na biodiversidade do Mar Patagônico, com treinamento contínuo para o setor pesqueiro, limpeza de praias e áreas costeiras e a promoção da gestão sustentável dos recursos marinhos, em conjunto com uma economia circular.

STRATEGY

Conhecimento

Geramos diagnósticos atualizados sobre as causas e os impactos da poluição marinha por plásticos provenientes de operações pesqueiras no Mar Patagônico.

Fortalecimento

Fornecemos consultoria técnica para fortalecer as estruturas regulatórias. Apoiamos a capacitação do setor pesqueiro sobre as melhores práticas de gestão de resíduos. Promovemos a geração de protocolos de trabalho eficazes para a limpeza de resíduos provenientes da pesca.

Soluções

Promovemos o desenvolvimento de infraestrutura adequada para a gestão de resíduos de pesca nos portos da região. Incentivamos a colaboração entre instituições e o desenvolvimento de iniciativas que promovam a economia circular.

© Matías
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Antecedentes

Marcos e ações realizadas anteriormente

  • Trabalhamos em programas e campanhas para reduzir os resíduos plásticos no Mar Patagônico.

  • Sobrevoamos mais de 1.300 km da costa patagônica de Chubut para pesquisar as áreas de acúmulo de resíduos de pesca, avaliar a magnitude do problema e propor soluções conjuntas com os principais atores.

  • Removemos mais de 16 toneladas de resíduos de pesca da costa patagônica de Chubut, trabalhando em conjunto com os governos e o setor privado.

  • Apoiamos a capacitação de mais de 400 pessoas sobre a questão da poluição plástica causada pela pesca, incluindo capitães, oficiais de bordo, pescadores, membros da comunidade costeira e comunicadores.

  • Realizamos pesquisas, publicações e documentos de divulgação sobre essa problemática.

PUBLICAÇÕES

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TRABALHO EM REDE

O trabalho em rede é fundamental entre as organizações membros do Fórum e é um componente-chave do sucesso do Grupo de Trabalho sobre Poluição por Plásticos.

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